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Bibliotecas em Ação

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Sete dias, sete leituras com afeto

Os Voluntários de Leitura no Mês dos Afetos

28.02.22

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O menino de sua mãe

No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado -
Duas, de lado a lado -,
Jaz morto, e arrefece.
 
Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.
 
Tão jovem! Que jovem era!
(agora que idade tem?)
Filho unico, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino de sua mãe.»
 
Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.
 
De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço… deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.
 
Lá longe, em casa, há a prece:
“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto e apodrece
O menino da sua mãe.
 
Fernando Pessoa 
 

Sete dias, sete leituras com afeto

Os Voluntários de Leitura no Mês dos Afetos

26.02.22

Amor é fogo que arde sem se ver

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Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor,
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís Vaz de Camões    

         

Sete dias, sete leituras com afeto

Os Voluntários de Leitura no Mês dos Afetos

25.02.22

Soneto XVIII

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“Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Às vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.”  

William Shakespeare

 

Sete dias, sete leituras com afeto

Mês dos afetos

24.02.22

Crepúsculo

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Horas crepusculares tão magoadas,
Correm de leve, preguiçosamente...
Cai a tardinha sonhadoramente...
Vamos os dois sozinhos, de mãos dadas!...

Sonham as flores das hastes debruçadas...
Fecho os olhos, cansada, languescente...
E todo oiro e púrpura o poente!
Que lindas são as sombras das estradas!...

São sorrisos teus olhos... Teu olhar
Anda abraçado ao meu, sem o beijar
Numa caricia imensa, ardente, louca!

Anda já o luar pelos caminhos...
Há brandas serenatas pelos ninhos...
— Tu fitas num anseio a minha boca!...

Florbela Espanca

Sete dias, sete leituras com afeto

Os Voluntários de Leitura no Mês dos Afetos

23.02.22
Todas as Cartas de Amor são Ridículas

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Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos
 
 

Sete dias, sete leituras com afeto

Os Voluntários de Leitura no Mês dos Afetos

22.02.22

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Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

Sete dias, sete leituras com afeto

Mês dos Afetos

21.02.22

A Carolina Pessoa, do 12º C, voluntária da leitura, iniciou hoje esta atividade com a leitura de um poema de Sebastião da Gama, "Quando eu nasci".

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Quando eu nasci,

ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve estrelas a mais…
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém…

Para que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe…

"Doadores de Livros"

Projeto da turma do 5º G

21.02.22

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Inês Valente, aluna do 5º G teve a iniciativa de propor à turma a realização do projeto “Doadores de livros”, que consiste em doar, à Biblioteca Escolar, livros que já não sejam necessários ou que já tenham sido lidos. O lema do projeto é o seguinte: “Os livros também merecem uma segunda oportunidade”. Todos podem participar: professores, alunos e até doadores fora da escola.

Podem ser doados livros infantis, juvenis ou livros mais adequados aos alunos mais velhos (da escola Artur Gonçalves). Podem também ser doados manuais escolares, basta os livros que estejam em bom estado. 

A turma já preparou, entre outros um cartaz e um marcador de livros, com a colaboração da artista residente Diana Gameiro. Estão a ser personalizados alguns caixotes para recolha dos livros, que será feita na Biblioteca Escolar. Ainda no mês de fevereiro começará a divulgação do projeto junto das turmas, dos professores e dos funcionários.
Esta iniciativa faz parte de um grande projeto solidário que a turma pretende desenvolver ao longo do 2º Ciclo.

O QUE ME (NOS) MOVE NA RELAÇÃO COM OS OUTROS?

Fevereiro, mês dos Afetos - articulação com a disciplina de Cidadania, o PES e o PNA

14.02.22

O mês mais curto do ano é o referenciado e proposto como o mais recheado de AMOR, AFETO, AMIZADE, CARINHO  e outras emoções positivas que se tornam importantes para o nosso bem-estar.

São as manifestações de afeto que permitem criar e manter ligações emocionais estáveis e duradouras e que nos sossegam os sentimentos de desamparo, de indiferença e até de solidão.
Saber que somos amados faz-nos sentir acompanhados por dentro e por fora. E quando temos quem nos ame e fale connosco de forma semelhante, tornamo-nos mais fortes, mais cúmplices, mais solidários, mais amáveis, e mais amantes.

Podemos sempre sorrir com os olhos e podemos sempre abraçarmo-nos com as palavras.
Gosto de ti... és importante para mim..., fazes-me falta... tenho saudades tuas.

Celebrando os Afetos de Bibliotecas Agrupamento Artur Gonçalves

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